« leer
más
sugerencias

Revisión
Bibliográfica
sobre el aparato digestivo y aspectos sobre la digestión de
los equinos
Escrito por: Fernando
Rebesquini Teixeira - 17/09/10
O trato
gastrointestinal dos eqüinos apresenta
características
anatômicas e fisiológicas peculiares em
relação ao de outras espécies
domésticas,
sendo classificado como herbívoro monogástrico,
apresentando, entretanto, fenômenos de digestão no
ceco e
cólon maior, semelhante aos poligástricos
(THOMASSIAN,
2005).
Meyer
(1995) classifica os
eqüinos segundo a anatomia do seu trato digestivo, como sendo
herbívoros não ruminantes, mais especificadamente
podem
ser considerados como herbívoros com ceco funcional, estas
características anatômicas e
fisiológicas permitem
que os eqüinos possam absorver os carboidratos contidos nos
concentrados energéticos antes do ataque da microflora
intestinal.
Lewis (2000) fala
que fazem parte do
trato gastrointestinal do eqüino. O estômago onde
ocorre uma
parte da digestão protéica e uma
degradação
parcial dos alimentos, o intestino delgado onde boa parte das gorduras,
proteínas e dos carboidratos solúveis
são
digeridos, este sendo subdividido respectivamente em duodeno, jejuno e
íleo, e o intestino grosso que contém
microorganismos que
digerem boa parte das fibras, e é subdividido
respectivamente em
ceco, cólon ventral direito, a flexura interna para
cólon
ventral esquerdo, a flexura pélvica para cólon
dorsal
esquerdo, a flexura diafragmática para cólon
dorsal
direito, cólon menor e o reto.
Segundo Thomassian
(2005) para que os
alimentos ingeridos pelo cavalo possam servir de substrato
às
necessidades de mantença do organismo, e de suporte ao
metabolismo no trabalho, na gestação e outras
atividades
do animal, é necessária uma adequada e
sincrônica
interação entre os fenômenos de
digestão
propriamente ditos, assim como a resultante motora que possa
transportar os alimentos de um segmento digestivo ao outro, para que
estes sejam devidamente umectados, desdobrados em componentes
nutritivos mais simples, absorvidos e os seus resíduos
eliminados como matéria fecal.
O processo digestivo
começa com a
apreensão dos alimentos, pelos lábios e
língua
sendo também utilizados os dentes incisivos na
ingestão
de substâncias mais firmes como tubérculos e
ramos. Na
boca, eqüinos com dentição funcional e
intacta,
esmagam e moem os alimentos, liberando proteínas e
carboidratos
que podem ser prontamente digeridos no estômago e intestino
delgado (MEYER, 1995).
A
mastigação é
acompanhada por uma produção abundante de saliva
(40-90ml/min) que possibilita a deglutição,
umedecendo o
alimento com quantidades de minerais e bicarbonato que servem para
neutralizar os ácidos formados na
porção inicial
do estômago, Meyer (1995) porém a saliva
contém uma
concentração muito baixa de amilase, praticamente
sem
tempo de atuar resultando em uma ação
pré-gástrica insignificante (TISSERAND, 1983).
No esôfago
o alimento é
forçado para baixo através de
contrações da
musculatura. A deglutição no cavalo é
feita de
maneira irreversível em razão do desenvolvimento
do
véu palatino, que impede o retorno do bolo alimentar do
esôfago para a boca e também impede a
expulsão
pelas vias nasais (TISSERAND, 1983).
O estômago dos
eqüinos tem
capacidade para 15 a 18 litros como demonstra a tabela 1, ajustado para
uma recepção continua de pequenas quantidades de
alimento
(THOMASSIAN, 2005). Meyer (1995) relata que o
estômago se
preenche em camadas, na região do saco cego aglandular e na
região glandular fúndica, sendo posteriormente
conduzido
ao terço final onde será liquefeito. Segundo o
mesmo
autor os processos digestivos no estômago são
concretizados por uma atividade das enzimas alimentares,
microorganismos e do suco gástrico.
Tabela
1 -
Diferentes segmentos do
tubo digestório do cavalo-relação
comprimento/capacidade volumétrica.
Segmento
|
Comprimento
médio (metros)
|
Capacidade
média total (litros)
|
Estômago
|
-
|
15 a 18
|
I.
Delgado
|
22
|
64
|
Ceco
|
1
|
30 a 35
|
Cólon
maior
|
3 a 4
|
80 a 90
|
Cólon
menor
|
3
|
-
|
Cólon
menor + reto
|
3,5
|
15
|
Reto
|
0,5
|
-
|
Fonte:
(THOMASSIAN, 2005).
Thomassian (2005) relata a que a
digestão
gástrica total acontece em 3 fases distintas. A fase
cefálica que é mediada pelo nervo vago em
razão do
olfato e paladar, a fase gástrica propriamente dita, que
é caracterizada pela distensão do
estômago e
processos químicos, e a fase entérica que inicia
- se com
a passagem do alimento ao intestino delgado. O mesmo autor explica que
a motilidade gastrentérica é classificada em dois
tipos:
Movimento segmentar que é o que proporciona a
homogeneização da digesta, e o movimento
propulsivo ou
progressivo que se encarrega de transportar os alimentos aos diversos
segmentos aborais.
Kohnker (1992) considera um
tempo
mínimo de retenção de 20
minutos do alimento
no estômago, limitando assim a ação de
secreções gástricas. Essa velocidade
de
trânsito, associada ao pH ácido, restringe a
ação da população
microbiana na
fermentação de açúcares e o
amido.
Thomassian (2005) cita que o tempo de
permanência
dos alimentos no estômago varia de 1 a 5 horas como demonstra
a
tabela 2.
Tabela
2 -
Velocidade normal dos
alimentos conforme o segmento gastrentérico.
Segmento
|
Tempo
de Trânsito
|
Esôfago
|
10 a 15
segundos
|
Estômago
|
1 a 5
horas
|
Intestino
delgado
|
1,5
horas
|
Ceco
|
15 a 20
horas
|
Cólon
maior e cólon menor
|
18 a 24
horas
|
Reto
|
1 a 2
horas
|
Tempo
total médio
|
56
horas
|
Fonte:
(THOMASSIAN, 2005).
O
tempo de permanência
do alimento nos diversos segmentos do trato gastrintestinal depende de
múltiplos fatores, tais como individualidade,
grânulometria das partículas, digestibilidade e
pureza dos
alimentos. Além da freqüência da
alimentação, do tipo de exercícios,
dos
ingredientes da dieta, da temperatura ambiente e o teor de fibra da
ração (MEYER,1995).
Wolter (1977) cita que a parede do intestino delgado é muito
musculosa, rígida e ricamente enervada, gerando fortes ondas
de
contrcilitando assim a progressão da dig associada a sua
grande
fluidez resultante do sinergismo das secreções
salivar,
gástrica, pancreática, biliar e
entérica. A
digestão, no intestino delgado dos eqüinos
é intensa
e predominantementenzimática. Os principais nutrientes
digeridos
são: proteína bruta (PB), extrato
etéreo (EE),
amido e carboidratos (HINTZ, 1990).
A mucosa duodenal possui glândulas que secretam suco
entérico e grande quantidade de muco, suas
inúmeras
vilosidades revestidas de células epitelias
cilíndricas
com microvilosidades aumentam a superfície de
absorção dos alimentos (MEYER, 1995).
Lewis (2000) diz que a maioria das vitaminas e minerais
também
são absorvidas no intestino delgado e os líquidos
passam
rapidamente por este órgão e
alcançam o ceco
2 a 8 horas após a ingestão.
Thomassian, (2005) relata que a motilidade do intestino delgado,
conseqüentemente da digesta, se faz principalmente por
controle
neural e é regulada por marca-passos que desencadeiam a
atividade mioelétrica segmentar e propulsiva denominada de
Complexo de Migração Mioelétrica
(CMM), sendo este
fenômeno dependente de íons cálcio. O
mesmo autor
também diz que o (CMM), é influenciado pelo grau
de
repleção da alça, pelo grau de
digestão dos
alimentos, e se o animal está ou não submetido a
jejum ou
alimentando-se regularmente.
Segundo Thomassian (2005) a primeira porção do
intestino
grosso é o ceco que é a grande cuba de
fermentação dos alimentos, as
funções deste
órgão são as de digerir carboidratos,
gorduras e
fibra, notadamente através da flora composta de
protozoários e bactérias. As bactérias
se ligam
posteriormente, sofrem hidrólise, pela
ação
complementar por simbiose às fibras e degradam-nas com
enzimas
de sua parede, e os protozoários digerem o resto das fibras,
controlando assim a população bacteriana. O mesmo
autor
diz também que o ceco possui a capacidade de absorver cerca
de
2/3 da água e dos eletrólitos provenientes do
intestino
delgado.
O intestino grosso do cavalo compreende seções
volumosas,
bem articuladas e compartimentalizadas. A atividade do ceco e do
cólon depende principalmente do tipo e da quantidade de
substâncias nutritivas provenientes do intestino delgado, da
velocidade de trânsito da ingesta e da capacidade de
tamponamento
do lúmen. O número de microrganismos no
conteúdo
do intestino grosso de eqüinos é semelhante ao
encontrado
no rúmen e retículo dos ruminantes (MEYER,
1995).
Kern et al. (1974) verificam que no ceco e no cólon maior a
população microbiana é de ordem de 5 a
7 x
109 microorganismos por grama de conteúdo
digestivo,
diminuindo pela metade no cólon menor.
Koller (1978) utilizando pôneis fistulados no ceco e bovinos
fistulados no rúmen, concluíram que as
bactérias
do rúmen digerem matéria seca e parede celular
vegetal
mais eficientemente do que as bactérias cecais, mesmo quando
expostas às semelhantes intervalos de tempo. Frape (1988)
também cita a reduzida capacidade dos eqüinos em
digerir
fibra em relação a ruminantes
domésticos, sendo
assim, gramíneas antes do florescimento por
possuírem uma
proporção maior de folhas seriam ideais na dieta
de
eqüinos.
A fisiologia da digestiva do cólon maior e do
cólon menor
compreende basicamente os mesmos fenômenos que ocorrem na
digestão e absorção de alimentos no
ceco. As
porções finais do cólon maior atuam
como
mecanismos de regulação das
secreções e
absorção deste segmento intestinal, mantendo,
entretanto,
um grau de umectação que possibilita o transporte
da
digesta em direção ao cólon menor
(THOMASSIAN,
2005).
O cólon menor tem por função absorver
parte do
conteúdo líquido da digesta, dar forma ao bolo
fecal e
recobri-lo com película de muco para evitar
lesões na
mucosa e facilitar a progressão e conseqüentemente
defecação (THOMASSIAN, 2005).
Fernando Rebesquini Teixeira
Médico Veterinário/ CRMV – 09567
Rações Puro Trato
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
ANDRIGUETTO, J. M et al. Nutrição
animal.
São Paulo: Nobel, 3ª Ed, 1983, p. 299-333;
CABLE, C.S.; Alimentação de potros
órfãos.
Revista place turf. Ano V, nº 4, 2005, p. 83 a 85;
CINTRA G. C. Alimentação dos Eqüinos,
(2004)
www.worldbrasil.com.br
FRAPE, D. L. Dietary Requirements and athletic performace of horses.
Equine Veterinary Journal, 1988, v.20, nº 3, p. 163 -172;
HINTZ, H. F. Digestion in ponies and horses. Equine Practice, 1990,
v.1p. 5-6;
KERN, D. L; SLYTER, E. C.; LEEFEL, J.M.; OLTJEN, R. R. Microbial and
chemical characteristics of intestinal ingesta. Journal Animal Science,
1974, nº 38, p.559-564;
KOHNKER, J. R. Feeding and Nutrition. The making of a champion.Birules,
Pacific Copyright Rouse Hill, 1992, p. 195-197;
KOLLER, B.L. Comparative cell wall and dry matter digestion in the
cecum of the pony and rúmen of the cow using in vitro and
nylon
bag techniques. Journal Animal Science, 1978, nº 47 (1): p.
209-215;
LEWIS, L. D. Nutrição Clínica
Eqüina .
São Paulo: Roca, ed.1, 2000, 701pg;
MEYER, H. , Alimentação de Cavalos.
São
Paulo:Livraria Varela Ltda, 1995, 303pg;
NATIONAL RESEACH COUNCIL (NRC)-NATIONAL ACADEMY PRESS. Nutrients
requirements of horses. 5ª Ed., Washington D. C., 1989. 100pg;
OTT. E.A., JHONSON, E.L.. Effect of trace minral on growth and skeletal
and hoof development in yearling horses. Journal of Equine Veterinary
Science, nº 21 (6) (2001) 287-292 pg;
PUPO, N. I. H., Manual de Pastagem e Forrageiras:
formação, conservação,
utilização. Campinas, SP: Instituto Campineiro de
Ensino
Agrícola, 1981. 89-91 pg.
LARROSA, R.; Manejo alimentar do cavalo atleta. Revista place turf. Ano
V, nº 4, 2005, p. 66 a 69;
SOUZA, A. A., BOIN, C. Minerais quelatados. Radares
técnicos-nutrição, (2002)
www.beefpoint.com.br.
THOMASSIAN, A. Enfermidades dos cavalos. 4ª Ed. São
Paulo:
Livraria Varela., 2005, p. 295-300;.
TISSERAND, J. L.A. , Alimentação
prática do
cavalo. São Paulo:Andrei. ,1983, p. 83;
VILLELA, D.; ALVIM, J.. Manejo de pastagem do gênero Cynodon.
In:
Anais do 15º Simpósio sobre manejo da pastagem de
tifton,
coastcross e estrela. Piracicaba, SP, FEALQ, 1998, p. 28.
WOLTER, R. Alimentacion del caballo. Zaragoza: Livraria Acribia, 1977,
|
|
Dudas
sobre nutrición animal?
Hable con nuestros veterinarios
|