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Manejo nutricional de equinos

Escrito por: Dr. João Alves Teixeira - 15/09/10

           Vivenciamos um período especial em que novos criadores e proprietários de cavalos surgem em nosso país. Estes animais são destinados a finalidades variadas, tais como lazer, esporte e competição, e, independente da funcionalidade do animal, o objetivo alvo é sempre produzir e desenvolver  animais fortes, precoces e versáteis.
          As indústrias de nutrição animal vem dando suporte a este crescimento, desenvolvendo  produtos com inúmeras finalidades, deixando muitas vezes os criadores e proprietários em dúvida quanto à escolha do alimento adequado. Antes de escolher o produto é importante a definição de alguns conceitos sobre manejo e nutrição.
          Os equinos são classificados como herbívoros monogástricos. Esta classificação definirá procedimentos nutricionais adequados, independente da finalidade.
          Quando planejar a criação de cavalos, é importante saber que a base de sua alimentação deverá ser as pastagens nativas ou cultivadas de espécies forrageiras a definir.
         Também é importante salientar algumas características do sistema digestivo  juntamente com seus hábitos alimentares. Sabe-se  que o estômago do cavalo é reduzido e, juntamente com o intestino delgado, tem a função de realizar a digestão e absorção das porções de concentrado quando fornecidas. Este, em relação ao restante do aparelho digestivo representa apenas 8%, evidenciando a necessidade do fornecimento fracionado do concentrado em pequenas porções, dando condições para um melhor aproveitamento a fim de evitar complicações digestivas.
         Observando um equino em seu habitat natural, percebe-se que ele permanece grande parte do dia alimentando-se, por isso a importância de a criação ser no campo, com disponibilidade constante de forragens, devendo esta ser seu principal alimento. As forragens têm sua digestão essencialmente na porção final do sistema digestivo, do qual fazem parte o ceco e cólon, que tem como uma das funções principais transformar as forragens através da ação dos microorganismos em fontes de energia, proteína, vitaminas e minerais.
         A água também deve se encontrar em livre acesso já que as necessidades hídricas diárias do animal são altas.
         Os concentrados caracterizam-se por conter densidade de nutrientes elevados, objetivando, em pequenas porções, suprir as exigências do cavalo não obtidas adequadamente com as forragens. A utilização dos concentrados varia com a qualidade e disponibilidade das forragens, bem como com as fases de crescimento do animal, estágio reprodutivo, intensidade de trabalho e raças a serem alimentadas.
       
SUGESTÕES DE NUTRIÇÃO E MANEJO
 
FORRAGENS:
          A escolha das forrageiras a serem utilizadas deve levar em consideração aspectos relacionado ao clima, solo, palatabilidade, produção de massa e densidade nutricional. Como sugestão indicamos as gramíneas perenes de verão do gênero Cynodon como tifton 85 e Coast Cross (grama bermuda). Como forragem de inverno , o  indicado é o cultivo do azevem em consórcio com leguminosas, tais como trevo, cornichão e ervilhaca.                                             
                   
 REPRODUTORAS:
          Mantidas permanentemente a campo e divididas em grupos, levando em consideração aspectos ligados a fase reprodutiva, escore corporal e comportamento individual.
         A suplementação com concentrado deverá ocorrer no terço final de gestação e nos três primeiros meses de lactação, utilizando a proporção de 1% do peso vivo na gestação e 1.5% na lactação. Os níveis de proteína e energia a serem utilizados nessas fases deverá variar entre  14% e 16% PB (proteína bruta) e entre 2800Kcal e 3200Kcal por kg de produto, respectivamente. Minerais e vitaminas também deverão ser adequados de acordo com o requerimento destas fases.                                                                                                                                                                              


POTROS:
         A suplementação com concentrado deve ser iniciada a partir do 3º mês de vida, justificado pelo início da redução de produção de leite da égua. O sistema de fornecimento de ração a campo pode ser o Creep feeding e/ou lanchonete.
         No Creep as éguas devem ser agrupadas em pequenos lotes considerando a idade e escore corporal dos potros ao pé, proporcionando uma menor concorrência entre os mesmos no momento do fornecimento do concentrado. A quantidade a ser fornecida varia de 1.5% a 2% do peso vivo, sendo fracionada em três refeições. Os níveis nutricionais do concentrado nesta fase devem apresentar 18% PB e 3000kcal por kg de produto, além dos níveis adequados de minerais e vitaminas.
         O desmame deverá ocorrer entre o quinto e o sexto mês de vida. Nesta fase os animais deverão receber suplementação no sistema lanchonete o qual proporciona um arraçoamento individualizado. A proporção média a ser fornecida  deve ser 1.5% do peso vivo. A densidade nutricional do concentrado pode variar de 16% a 18% PB e 2900Kcal  a 3000kcal por Kg de produto além dos minerais e vitaminas adequados exigidos para esta fase. Esta indicação é para animais em desmame até 12 meses. A partir desta fase, os níveis nutricionais dos concentrados e a quantidade fornecida irão variar com a disponibilidade e qualidade das forragens.
         A formulação do concentrado é a mesma utilizada nos meses inciais e permanece até o animal completar 12 meses. Após é fornecido um concentrado com valor protéico e energético mais baixo, administrando assim até o décimo oitavo mês. A quantidade fornecida varia para cada animal mas tem como base os 1,5% do peso vivo.
         A suplementação a campo é uma prática fundamental para conseguirmos atingir nossos objetivos de desenvolvimento do animal com redução de mão de obra.
         Aspectos gerais sobre reprodutoras e potros:
         - Disponibilizar ao animal consumo de forragem de ótima qualidade.
         - Analisar o solo e a pastagem quanto às suas características.
         - Manejar adequadamente as forrageiras objetivando densidade nutricional adequada e produção.
         - Disponibilizar suplemento mineral com boa biodisponibilidade.
         - Garantir a relação cálcio e fósforo adequada, minimizando o manuseio em excesso destes minerais.
         - Suplementar a nutrição com concentrado específico para a fase, respeitando a proporção de 1,5% do peso vivo, podendo chegar a 2% em casos muito especiais por certo período.
         - Avaliar o crescimento, não permitindo exageros que possam levar a deformidades.
         - Respeitar a relação proteína x  energia para a fase.
         - Permitir livre acesso ao exercício voluntário (animais soltos no campo).
         - Disponibilizar água em livre acesso.
 
 
Dr. João Alves Teixeira
Méd. Veterinário CRMV – 1873
Proprietário da Indústria de Rações Puro Trato

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