03/05/11
Fatores
que afetam o consumo de gramíneas forrageiras e o desempenho
animal
O consumo
voluntário de forragem é a quantidade de alimento
ingerida num determinado espaço de tempo, sendo controlado
por
diversos fatores. Porém, pode-se considerar que o consumo
voluntário de forragem é afetado pela a
quantidade de
forragem ofertada, o valor nutritivo da planta e o estado
fisiológico do animal (crescimento,
manutenção,
prenhes). Qualquer fator que influencie o consumo, positiva ou
negativamente, tem relação direta com o
desempenho do
animal.
A principio, o primeiro fator a limitar
o consumo de
forragens é a oferta de forragem. Quando a massa de forragem
é adequada à carga animal, os animais
não
têm dificuldade em satisfazer o seu apetite, o aspecto
nutritivo
vai ser o limitante de consumo, como os baixos valores de PB, altos
teores de fibra e baixa digestibilidade (Figura 1).
Figura 1 - Esquematização
das limitações não nutricionais e
nutricionais da
disponibilidade da forragem e consumo pelos animais.

O
comportamento
ingestivo de bovinos tem alta relação com a
altura,
densidade e a presença de matéria verde. O
"bocado"
é unidade funcional do consumo, cada "bocado" é
definido
como a série de movimentos das partes da boca na colheita da
forragem. Nos pastos com baixa disponibilidade, o consumo por "bocado"
e a taxa de bocado são menores e o tempo de pastejo
é
maior. A presença de massa verde é associada de
maneira
positiva com o tamanho de bocado e a dieta selecionada pelo animal,
enquanto a quantidade de folhas mortas é associada de
maneira
negativa à dieta selecionada e, a presença de
caules
diminui o tamanho do bocado. Na figura 2 é
possível
observar que o aumento na quantidade de MS de lâmina de
folhas
verdes por 100 kg de PV reduz o tempo de pastejo.
Figura 2
- Tempo de pastejo em
função da oferta de forragem.

A
característica das pastagens tropicais que apresenta maior
relação com o consumo e ganho de peso dos bovinos
é a quantidade de massa verde (figura 3). O aumento no tempo
de
pastejo em decorrência da maior seletividade aumenta o desvio
de
energia líquida para mantença e que, muitas
vezes,
associada à baixa qualidade nutricional, resulta em baixo
desempenho animal. Todavia, caso não houvesse esse aumento
na
seleção de folhas, a queda no ganho poderia ser
ainda
maior.
Figura 3 - Relação
entre a
disponibilidade de matéria verde e ganho de peso de bovinos
em
pastagens de Panicum e Brachiaria.

Animais em pastejo selecionam geralmente altas
proporções
de folhas verdes. O máximo de ganho de peso observado na
figura
3 foi atingido com ofertas de 1000 e 900 kgMVS/ha, para Brachiaria e
Panicum, respectivamente. Abaixo destas ofertas a quantidade estava
limitando o consumo. No entanto com o aumento da oferta de MVS, o valor
nutritivo das plantas foi o fator limitante, uma vez que o ganho
não aumentou com o aumento na oferta de forragem
Fonte: Site Beef Point